CASTRAÇÃO
Infelizmente, no Brasil não há uma cultura de castração dos animais de estimação. Digo infelizmente porque ao contrário do que muitos pensam a castração é um ato de amor ao seu animal de estimação.
Nos EUA, por exemplo, não há cachorros morando nas ruas!
Ao se adquirir um cão - o protocolo é bem claro - se não se é criador, já se adquire o cão castrado ou assume-se a responsabilidade de castra-lo até o 7º mês de idade. Cães não-castrados sofrem, inclusive, restrições quanto à entrada em alguns ambientes. Portanto, controle de natalidade é norma. Uma pena que no Brasil não tenhamos essa cultura. Os proprietários dos cães sempre desejam acasalar seus animais, mas raramente se preocupam com a responsabilidade do estudo genético dos acasalamentos, com o padrão de temperamento da raça, a socialização dos filhotes para que tenham um “bom começo”, com o destino dos filhotes, entre outros.Como resultado disso, temos milhares de cães abandonados pelas ruas pelos acasalamentos que ocorrem por descuido, temos cães abandonados pelo “temperamento estranho que o cão tem que não se adaptou à família e aos outros cães da casa”...
Quando se coloca essa questão, levanta-se vários outros temas como, controle populacional, prevenção de doenças, alteração comportamental, necessidades sexuais dos animais, melhoramento genético, risco cirúrgico, entre outros.
VAMOS DISCUTIR CADA UM DESSES TÓPICOS A SEGUIR:
Controle Populacional
Os abrigos de cães no Brasil estão com superpopulação de animais, assim como as ruas estão repletas de animais abandonados.São ONGs que se formam, a exemplo da AILA, para proteger os animais abandonados, e os Centros de Controles de Zoonoses (CCZ) municipais trabalhando na remoção dos animais de rua (animais de raça e animais sem raça definida).
Prevenção de doenças
Nas fêmeas, quanto mais precoce ocorre a castração (remoção de útero e ovários), maior o efeito preventivo sobre as patologias uterinas e neoplasias (cânceres) mamários. Seu efeito protetor é diretamente proporcional à idade em que é feito: se ocorrer antes do primeiro cio, o efeito protetor da castração é de 99%. Após os 9 anos de idade, a castração tem efeito protetor que varia entre 40-45%.A fêmea não é uma “mulher pequena” e não há necessidade de reposição hormonal depois da remoção de seus ovários. Cadelas não são susceptíveis à osteoporose nem a outros problemas do metabolismo do cálcio.
Nos machos, a castração (remoção dos testículos) não traz necessariamente um benefício preventivo quanto a ocorrência de patologias, exceto naqueles cães criptorquídicos uni ou bilaterais, em que a extirpação do testículo é indicada visando a possibilidade de aparecimento de tumores testiculares.Em todo caso, o que os especialistas em reprodução têm observado é que as pessoas, principalmente os homens, têm grande relutância em permitir a castração dos cães machos. Justamente por isso, atualmente estão sendo realizadas pesquisas em diversos lugares do mundo a respeito de métodos químicos de castração, e essas pesquisas têm avançado bastante. Outra possibilidade nos machos seria a realização da vasectomia, ou deferenctomia (corte do canal deferente, que conduz os espermatozóides, não se fazendo a remoção dos testículos), ou mesmo da castração propriamente dita e colocação de testículos de silicone, para que os proprietários não fiquem chateados pelo fato de os cães não mais terem suas "bolinhas".
Alteração comportamental
Os testículos são os órgãos produtores do hormônio testosterona, que tornam o macho mais excitável, que produzem as fugas atrás das fêmeas no cio, as montas “nas pernas das visitas” e na cadelinha do vizinho, a demarcação sexual do território através dos jatos de urina e a disputa e defesa territorial, muitas vezes até sua própria morte. A castraçãoconfere uma vida mais calma e diminui a agressividade, mas não altera a sua personalidade. Eles simplesmente param com o comportamento territorialista em relação a outros animais e com a preocupação em demarcar seu território com os jatos de urina.
As fêmeas não estão sujeitas à necessidade de testosterona para manifestarem seu comportamento de defesa do território, sendo outros fatores nisso envolvidos. Entretanto, por serem cíclicas, as fêmeas estão sujeitas a variações de humor, em função dos estágios pré-cio, cio e pós-cio, além dos recorrentes casos de gestações psicológicas ou possíveis piometras. A castração interrompe essa variação cíclica do humor e torna as fêmeas mais emocionalmente estáveis, além de eliminar o risco de piometra e liquidar o círculo vicioso cio + gestação psicológica.
Necessidades sexuais dos animais
Cães são cães!Cães não são seres humanos e não devem ser vistos como tal.Acasalamentos entre cães ocorrem apenas quando há fêmeas no cio, com a finalidade única e exclusiva de perpetuação da espécie, como na maioria das outras espécies animais.É uma inverdade dizer que os machos ficam mais tranqüilos depois que acasalam (a menos que acasalem todos os dias!) e é uma verdade dizer que suas vidas são mais calmas e tranqüilas depois da castração.
Assim como, também, é uma inverdade dizer que a fêmea precisa ter pelo menos 1 (uma) cria para prevenir doenças em seu organismo. A prevenção de doenças mamárias e uterinas se dá com a castração precoce.
Melhoramento genético
Nem todo cão deve ser acasalado!!!!
Consolidar uma raça leva anos de trabalho e de pesquisa e acaslamentos mal feitos destroem a raça.
Cães com desvio de temperamento também não devem se reproduzir, pois o temperamento também é condicionado a fatores genéticos.
Cães com epilepsia, displasia coxo-femural, luxação de patela, problemas cardíacos, sarna demodécica, fissuras labiais e/ou palatinas e todas as outras doenças genéticas, devem ser afastados da reprodução.
Acasalar cães não é simplesmente unir um macho à uma fêmea no cio. Antes do acasalamento há um grande estudo ancestral, morfológico e genético. Procura-se fixar determinadas características nos filhotes e eliminar outras, através do padrão de acasalamento escolhido, objetivando a manutenção das características clássicas da raça.
Infelizmente, existem vários “pseudocriadores” sem conhecimento da raça seguindo a filosofia que se é cão de RAÇA E TEM PEDIGREE deve ser acasalado. Não é verdade acasalar existe um estudo aprofundado do padrão racial e dos antecedentes dos cães a serem acasalados, além de testes genéticos, radiográficos e outros que se fizerem necessários para a raça a ser acasalada.
RESUMINDO ACASALAR é um trabalho para criador que conhece o padrão da raça que cria, conhece a fundo os pedigrees de seus cães e que tenha responsabilidade para com sua prole.
Risco cirúrgico
Cabe aos Médicos Veterinários avaliarem os riscos do animal à cirurgia. Para isso, são feitos exames pré-operatórios e cada caso é analisado individualmente.A cirurgia nos machos costuma ser rápida e o pós-operatório muito tranqüilo, os riscos são muito baixos.
Nas cadelas, por se tratar de uma cirurgia de maior porte, a cirurgia é pouco mais demorada que nos machos. Sempre haverá riscos relativos aos procedimentos cirúrgico e anestésico, entretanto, as vantagens da castração indiscutivelmente superam qualquer risco.
Castrar, sim, e o quanto antes
Quem convive com os cães sabe. De repente, lá pelos 8 meses de idade, o filhotinho brincalhão começa a ficar adulto. Ou seja, a ter atitudes como ser possessivo; brigar com cães sem ser por brincadeira; encarar postes, pés de mesas e outros objetos como pontos do território a serem demarcados com urina; montar em cães, pessoas da casa ou visitas sem a menor cerimônia, entre outras artes. Na fêmea, de repente, aparece o sangramento do cio e suas conseqüências, como sangue no tapete e a presença dos cães da vizinhança na porta de casa.
O início da puberdade - que nada mais é do que o começo da produção dos hormônios sexuais - significa mudanças para sempre no organismo e no comportamento do cão, que podem ser o ponto de partida para problemas de relacionamento com o dono e o desenvolvimento de maus-hábitos. Por esse motivo, cada vez mais os comportamentalistas estão optando por recomendar a castração, quando não há intenção de reproduzir o cão, de preferência, antes dos 8 meses de idade. A ação dos hormônios sexuais dá início a comportamentos que podem continuar mesmo depois da castração, devido ao cão se acostumar a eles.
Do ponto de vista veterinário, a castração é o único meio de evitar a reprodução que previne, ao mesmo tempo, tumores no aparelho reprodutivo, muito comuns nos cães com idade madura e mais avançada .O problema resulta de um processo de multiplicação exagerada de células em órgãos do aparelho reprodutor, estimulado pelos hormônios sexuais. Castrar a fêmea antes dos 8 meses também é recomendado. Nas cadelas que fazem a cirurgia depois de entrar na puberdade, os casos de tumores na mama diminuem, mas não se tornam quase nulos, como acontece quando a castração é precoce.
No Brasil, há veterinários castrando aos 5 ou 6 meses de idade, costume mais generalizado nos Estados Unidos. As técnicas cirúrgica e anestésica usadas em nosso país permitem realizar a castração precoce com grande segurança. É o caso da anestesia inalatória, bastante disseminada - o cão dorme, sedado, inalando um gás anestésico por um tubo ou máscara. A cirurgia é feita rapidamente, com pequenas incisões - nos machos a operação dura apenas 20 minutos e 40 nas fêmeas, sem precisar de internação.
Nos Estados Unidos, torna-se cada vez mais comum castrar filhotes com apenas 7 ou 8 semanas de vida, já que a recuperação da cirurgia é mais rápida. Elimina-se qualquer chance de gravidez precoce, e a tecnologia permite esse avanço.
Perde adeptos a opção pela castração com cerca de 1 ano de idade, para dar tempo de os hormônios sexuais agirem. Não foram jamais provadas as teorias pelas quais essa estratégia estimularia a hipófise a produzir o hormônio do crescimento, a desenvolver a ossatura e o macho a ganhar massa muscular. Pelo contrário, não é raro ver cães castrados mais desenvolvidos do que seus irmãos não-castrados, de ninhada.
Idéias erradas
Há várias idéias falsas sobre os efeitos prejudiciais da castração nos cães. Conheça as mais comuns:
- "Cão castrado é mais propenso a problemas de saúde”.
FALSO E é justamente o contrário. A retirada de útero e dos ovários, ou testículo, acaba com a possibilidade de infecções e tumores naqueles órgãos, e de complicações ligadas à gravidez e ao parto. Sem acasalamentos, as doenças sexualmente transmissíveis deixam de representar risco. Cai a incidência de tumores da mama.
- "Acasalar deixa o macho emocionalmente mais estável”.
Falso: dependendo das disputas, o acasalamento pode até causar instabilidade emocional.
- “A fêmea precisa ter crias para manter o equilíbrio emocional”.
Falso: não entre os dois fatos. O equilíbrio emocional fica completo com a maturidade, que ocorre por volta dos dois anos nos cães não castrados. Se uma cadela se mostrar mais calma e responsável depois da primeira linhada, é porque amadureceu devido a ter avançado na idade e não porque se tornou mãe.
- “A falta de prática sexual causa sofrimento”.
Falso: o que leva o cão à iniciativa de acasalar é exclusivamente o instinto de procriar, e não o prazer nem a necessidade afetiva. O sofrimento pode atingir machos não castrados. Por exemplo, se vivem com fêmeas não podem cruzar, ficam mais agitados, agressivos, não comem e perdem peso.
RESUMINDO, A CASTRAÇÃO SÓ VAI TRAZER BENEFÍCIOS PARA O PROPRIETÁRIO E O CÃO. E quanto mais precoce for a castração maiores serão seus benefícios.
Veja no quadro a seguir comparando a castração antes de 8 meses e depois de 8 meses.
Item |
Castração depois de |
Castração antes de 8 meses |
|
Maior |
Muito maior |
|
Menor |
Muito menor |
|
Menor |
Muito menos |
|
Menor |
Quase nulo |
|
Menor |
Quase nula |
|
|
Muito menor |
|
Alta |
Mínima |
|
Média |
Quase menor |
|
Cerca de 2 anos |
Cercas de 2,5 anos |
|
Muito menos |
Nulas |
|
Inalterado |
Inalterado |
|
Inalterado |
Inalterado |
|
Inalterado |
Inalterado |
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